segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Nostalgia, segundo Ellen Cristina

Nao tem como negar que estou muito saudosa.
Nao chega a ser homesick, mas diria que 'e um momento de nostalgia.
Nostalgia? O que 'e nostalgia? Achei alguns conceitos interessantes:

"Tentamos enganar o nosso corpo com trabalho, conversas, fotografias...Só para não pensar nisso: num passado..."

"Sentimento de saudades de algo que já aconteceu, mas, diferente de saudades, na nostalgia esse sentimento não diminui ao reviver o acontecido, pelo contrário, aumenta."

"s.f. Melancolia, tristeza causada pela saudade de sua terra. / Saudade do passado, de um lugar etc."

"O conceito de nostalgia é muito mais dolorido do que o de saudade. A saudade é bonita, dá para o Carlos do Carmo e a Amália cantarem. A nostalgia pressupõe amigos que morrem; (...) filhas que crescem e já não são como eram em pequeninas; eu que já não tenho a destreza dos vinte anos, já não jogo à bola; (...). A nostalgia não está devidamente contemplada na poesia portuguesa. À força de tentarmos fazê-la passar por uma categoria filosófica menor chamada saudade, esquecemo-nos de que o tempo foge e ninguém o agarra."

"Melancolia, abatimento profundo de tristeza, causado pelas saudades do lar ou da pátria. "


Um pouquinho disso, um pouquinho daquilo... mas nostalgia para mim foi chegar do curso de ingles, em pleno domingo, estacionar o carro e nao ter coragem de sair.
Foi abracar o volante e contemplar a lua cheia entre as arvores. Foi observar o quao rapido as nuvens estavam se locomovendo nos ares. Foi entao perguntar: Nossa, nao tem uma estrela aqui? E entao acha uma e depois mais outra.
Nostalgia foi observar o quanto as cigarras cantavam em plena 22:00h. Foi questionar por que apesar de 22:00h, nao parecia ser 22:00h, mas 21:00h. Foi entao olhar o pedacinho de estrada e perceber o quanto estava escura e vazia.
Nostalgia foi perceber que nao estava no meu carro, nao estava na minha casa, nao estava no meu Brasil.
Nostalgia foi pensar que apesar das nuvens, dos ceus e das estrelas nao pertecerem a um povo, a uma nacao, no meu pais eles tem uma vista diferente. Do meu pais posso ver mais estrelas, do meu pais as nuvens nao estao com pressa e as cigarras nao apenas cantam, mas louvam.
Nostalgia foi ter que sair do carro e pensar comigo: Ai, Deus, nao 'e a minha familia...nao 'e a minha casa
Nostalgia foi abrir a porta e sentir o frio do ar-condicionado e o calor do Max e da Shoulby me comprimentando. Foi subir ao meu quarto, parar na porta e perguntar: e agora?! Eu parei e fiquei olhando, talvez procurando...talvez procurando algo meu, algo que me identificasse. Eu nao encontrei, mas fui impulsionada a entrar e fechar a porta do quarto.
Continua-se a vida de au pair.
Isso para mim foi nostalgia.

Hino Nacional Brasileiro



Letra do Hino Nacional Brasileiro

I
OUVIRAM DO IPIRANGA AS MARGENS PLÁCIDAS
DE UM POVO HERÓICO O BRADO RETUMBANTE,
E O SOL DA LIBERDADE, EM RAIOS FÚLGIDOS,
BRILHOU NO CÉU DA PÁTRIA NESSE INSTANTE.
SE O PENHOR DESSA IGUALDADE
CONSEGUIMOS CONQUISTAR COM BRAÇO FORTE,
EM TEU SEIO, Ó LIBERDADE,
DESAFIA O NOSSO PEITO A PRÓPRIA MORTE!

Ó PÁTRIA AMADA,
IDOLATRADA,
SALVE! SALVE!

BRASIL, UM SONHO INTENSO, UM RAIO VÍVIDO
DE AMOR E DE ESPERANÇA À TERRA DESCE,
SE EM TEU FORMOSO CÉU, RISONHO E LÍMPIDO,
A IMAGEM DO CRUZEIRO RESPLANDECE.
GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA,
ÉS BELO, ÉS FORTE, IMPÁVIDO COLOSSO,
E O TEU FUTURO ESPELHA ESSA GRANDEZA.

TERRA ADORADA,
ENTRE OUTRAS MIL,
ÉS TU,BRASIL,
Ó PÁTRIA AMADA!
DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL,
PÁTRIA AMADA,
BRASIL!

II
DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO,
AO SOM DO MAR E À LUZ DO CÉU PROFUNDO,
FULGURAS, Ó BRASIL, FLORÃO DA AMÉRICA,
ILUMINADO AO SOL DO NOVO MUNDO!
DO QUE A TERRA MAIS GARRIDA,
TEUS RISONHOS, LINDOS CAMPOS TÊM MAIS FLORES;
"NOSSOS BOSQUES TEM MAIS VIDA,"
"NOSSA VIDA" NO TEU SEIO "MAIS AMORES".

Ó PÁTRIA AMADA,
IDOLATRADA,
SALVE! SALVE!.

BRASIL, DE AMOR ETERNO SEJA SÍMBOLO
O LÁBARO QUE OSTENTAS ESTRELADO,
E DIGA O VERDE-LOURO DESSA FLÂMULA
-PAZ NO FUTURO E GLÓRIA NO PASSADO.
MAS, SE ERGUES DA JUSTIÇA A CLAVA FORTE,
VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA,
NEM TEME, QUEM TE ADORA, A PRÓPRIA MORTE.

TERRA ADORADA,
ENTRE OUTRAS MIL,
ÉS TU, BRASIL,
Ó PÁTRIA AMADA!
DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL,
PÁTRIA AMADA,
BRASIL!

Vocabulário (Glossário)

Plácidas: calmas, tranqüilas
Ipiranga: Rio onde às margens D.PedroI proclamou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822
Brado: Grito
Retumbante: som que se espalha com barulho
Fúlgido: que brilha, cintilante
Penhor: garantia
Idolatrada: Cultuada, amada
Vívido: intenso
Formoso: lindo, belo
Límpido: puro, que não está poluído
Cruzeiro: Constelação (estrelas) do Cruzeiro do Sul
Resplandece: que brilha, iluminidada
Impávido: corajoso
Colosso: grande
Espelha: reflete
Gentil: Generoso, acolhedor
Fulguras: Brilhas, desponta com importãncia
Florão: flor de ouro
Garrida: Florida, enfeitada com flores
Idolatrada: Cultivada, amada acima de tudo
Lábaro: bandeira
Ostentas: Mostras com orgulho
Flâmula: Bandeira
Clava: arma primitiva de guerra, tacape

História e Informações
A letra do hino nacional do Brasil foi escrita por Joaquim Osório Duque Estrada (1870 – 1927) e a música é de Francisco Manuel da Silva (1795-1865). Tornou-se oficial no dia 1 de setembro de 1971, através da lei nº 5700.
Existe uma série de regras que devem ser seguidas no momento da execução do hino. Deve ser executado em continência à Bandeira Nacional, ao presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional. É executado em determinadas situações, entre elas: cerimônias religiosas de cunho patriótico, sessões cívicas e eventos esportivos internacionais.

Consultado dia 15/09/2008 no site:
http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/hino_nacional_brasileiro.htm

Homenagem a minha Patria Amada Brasil !

Canção do Exílio - Goncalves Dias

Kennst du das Land, wo die Citronen bluhen,
Im dunkeln Laub die Gold-Orangen gluhen?
Kennst du es wohl? — Dahin, dahin!
Mocht' ich.... ziehn.
GOETHE

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Coimbra, julho de 1843.


Publicado no livro Primeiros Cantos (1846). Poema integrante da série Poesias Americanas.

In: GRANDES poetas românticos do Brasil. Pref. e notas biogr. Antônio Soares Amora. Introd. Frederico José da Silva Ramos. São Paulo: LEP, 1959. v.1

NOTA: A epígrafe é uma citação, com cortes, da primeira estrofe
da balada "Mignon": Conheces o país onde florescem as laranjeiras?/
Ardem na escura fronde os frutos de ouro.../ Conhecê-lo?/ Para lá,
para lá,/ quisera eu ir! (Trad. Manuel Bandeira