quarta-feira, 29 de outubro de 2008

De Ellen para Daniella

Dani (posso?), eu sou (ou era) muito apegada a minha família.
Eu costumava ir ao quarto da minha mãe todo dia e deitar na cama para conversar abraçada a ela. Conversávamos e víamos televisão juntas. É um dos momentos que mais sinto falta aqui. Além disso, eu tenho um irmão que é mais novo que eu, mas me trata como se eu fosse a mais nova...um cuidado incrível. Ele tem o costume de dizer que tem a obrigação de cuidar e me orientar nesta vida porque eu sou muito inocente, segundo ele.
Acabei de rir!!! Lembrei de algumas das frases que ele costumava a me dizer no Brasil:
- Ahh, como é inocente, minha vida!

Ou outra como:
- Vida, amore, acorda para a vida! Queridinha, vamos acordar do sonho encantado e viver o mundo real?! Chega de "Diário da Princesa" ! ( eu sou fã dos filmes e leio a coleção do livro)

Ou então:
- Bom dia, princesa. Como está o seu dia hoje? Passarinhos cantando com trilha sonora ao fundo?!

Risos. Ele me dizia uma dessas frases todos os dias. Sempre com um tom sarcástico delicioso! Sempre me fazia rir com as caras e bocas que ele costumava fazer para me dizê-las. Ele também é o beijoqueiro da casa!!! E como eu sou a princesinha...já dá para imaginar quem ficava com a baba, né?! EU!
Conclusão: sim, eu era muito apegada!

Como lido com a saudade? Bom, aqui vai minhas dicas:

- Converso sempre com Deus. Ele é meu principal suporte! (Acho que não é a toa que a igreja é o local que mais costumo chorar... É quando Ele me esvazia.)

- Leio a bíblia. Pão nosso de cada dia!

- Skype, Msn e cartão telefônico pré-pago. 3 suportes indispensáveis!

- As minhas kids. Quando estou triste, eu costumo contar a elas como me sinto, elas me compreendem e me ajudam a superar o momento.
A verdade é que a relação que eu tenho com minhas kids é extraordinária. Nós brincamos muito e elas me fazem rir constantemente.

- Se você gosta de animais, entao você vai encontrar um bom aconchego nos animais da sua hostfamily, se eles tiverem, claro! Eu amo o Max e a Shoulby!!! Eu não sabia que eles existiam antes de vir para cá, e foi uma das melhores surpresas. Eu brinco, com eles. Quando estou almoçando, eles almoçam a ração deles também. Quando eu tiro meu cochilo de manhã, eles entram no meu quarto e dormem também, ou seja, são super companheiros.

- Amigos. Com eles você desabafa e se diverte ao mesmo tempo.
Talvez você tenha dificuldades para fazer amizades no começo, principalmente se você quiser evitar pessoas que fale português, mas é super natural, não se preocupe.

- Encontre um hobby. Eu, por exemplo, adoro quebra-cabeças. As vezes as minhas amigas estão trabalhando, ou eu estou sem dinheiro para sair, então corro logo para meu brinquedo favorito. Tenho um monte e adoro.

- Faça exercícios físicos! Parece até piada, né! Mas acredite, fará você se sentir muito bem, além de ajudar a você a manter (ou perder) seu peso.

- Faça de tudo para se alimentar bem. E eu sei que é uma das coisas mais difíceis nos EUA. mas isso ajuda muito! Verduras e Legumes no nosso prato de cada dia.

- Evite ficar de bobeira! Cabeça vazia, oficina...da saudade! Faça, invente, mude, enfim, keep moving!!!

Acho que é isso.
Respondido?!






Sorte a minha! Ele

Em processo de autoafirmação

Minha maior dificuldade confesso que não é a saudade. Ainda que eu chore e tenha momentos tristes, minha maior dificuldade é lidar com o fato de estar sozinha, num país que para mim é estranho.
Acredite, se você é totalmente insegura, dependente, gosta das coisas nas mãos, entre outros, esse é o programa para você. Você vai aprender na marra. E apesar de todas as dificuldades, você vai gostar do programa, claro que se tiver uma família legal ajudará muito!

Hoje foi uma correria no comecinho da tarde, e num dos meus momentos de lavar as roupas das crianças, me veio um simples pensamento que mexeu comigo: " caramba, eu estou parecendo uma dona de casa! Ou seria uma babá, já que este é meu trabalho?! "
Bobo pensamento, mas por que não saíu da minha cabeça? Sabe, minha nova professora de inglês foi explicar o que é ser au pair: "uma babá internacional que mora na casa da famíla". Curto, grosso e meio verdade, se não fosse pelo fato de ser um intercâmbio. Apesar, convenhamos, o nosso visto não é de turista, nem de estudante, mas de trabalho. T-R-A-B-A-L-H-O!!!! Esteja pronta para isso! Nào é apenas diversão, mas você vai se divertir MUITO! Não é apenas sorrisos, mas acredite, você terá ótimas gargalhadas aqui.
É trabalho, é mão de obra barata, mas é maravilho. 4 meses e não me arrependo. Ficaria mais um, mais dois, quem sabe três anos se pudesse. Enfim, a verdade é que tenho pensado no que virá depois que eu voltar...

Tenho a faculdade de pedagogia para finalizar - 1 semestre se conseguir fazer a mono neste curto prazo de tempo; facul de dança - já até me perdi...acho que mais 2 anos e 6 meses. E então vem os planos...aí, aí. É incrível como minha cabecinha consegue pensar em tanta coisa num curto espaço de tempo! Deixa para lá...

Hoje falei com a mamy!!! Lembrei de quando eu era criança e ela sempre voltava do trabalho com uma guloseima, e quando já estava no ensino médio, então era eu quem levava algo para ela...risos

Bom, quero dizer que conquistei meu certificado do curso de inglês por ter completado 2 níveis do curso e com ele meus créditos para a Au Pair Care. Ufa e uhuhuhu!!!! Poderia continuar até conquistar o diploma, mas decidi seguir apenas com a ênfase no speaking e litening, já que até então o foco era a gramática.



Outono com friozinho de inverno!!! Amigos, o frio existe! O que conhecemos no Brasil é apenas uma brisa! E olha que estou no sul dos EUA, porque o norte... É muito engraçado que tem sol e tudo, mas apenas com a função de iluminar o país. Como se não bastasse a ventania, aquele vento GELADO!!! E eu quero mais que baixe mais a temperatura! Que fique mais frio! Eu quero é ver neve!!!

Disney on Ice: M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!
Curti muito com as minha hostfamily e com a Yuko aquele momento mágico. Como é fácil se perder naquele mundo encantado!

Finalizando com o recadinho do Aaron e Josh.
Beijos e façam muito planos!!!






"Dear Ellie,

I am so sorry. I seriously do not want you to get in trouble. Please, forgive me?

Love,
Josh and Aaron"

domingo, 26 de outubro de 2008

Era uma vez...

Era uma vez, uma menina que tomava conta de duas crianças.
Certo dia, ela decide dizer para uma das crianças que se errasse mais uma vez o dever de casa, ela teria que fazer 70 abdominais. Não que a menina realmente quisesse que a criança fizesse 70 abdominais caso ela cometesse algum erro, mas foi uma maneira que a menina encontrou para estimular a criança a prestar atenção no que estava fazendo, sem dizer que ela falou num tom super de brincadeira.
A criança errou 3 vezes, ou seja, 210 abdominais. A criança levou super na esportiva. Ela sabia que era mais uma brincadeira que uma punição. Então, a outra criança vira e pergunta à menina se poderia fazer 70 abdominais, afinal, ela também errara uma vez o seu dever de casa.
E lá estava as duas crianças fazendo o exercício físico.
O que era uma brincadeira, ou apenas deveria ser uma brincadeira, tornou o final feliz da história numa grande confusão, num emaranhado de mal-entendidos.

E foi justamente o que aconteceu comigo... :(
Depois da brincadeira, saímos para fazer compras. Josh então avisou ao pai que estávamos saindo. Ele respondeu que tudo bem, mas que deveríamos estar de volta em 30 minutos.
E lá fomos nós, mas não voltamos em 30, mas em 45 minutos. Por causa disso eles se atrasaram para algum tipo de compromisso que eu não entendi muito bem qual era. Alguma coisa relacionado à escola, mas nada de tão serio. Foi então que o Shawn perguntou ao Josh se ele havia feito sua leitura diária e ele respondeu que não.
O Aaron fez a leitura, mas eu realmente esqueci do Joshua. E o que aconteceu? Uma simples pergunta: por quê? E aí começa minha confusão.
Josh respondeu que teve que fazer 210 abdominais porque havia errado o dever de casa. A mãe escutou e aí já viu, né?!
Ela veio me perguntar se aquilo era verdade.
Neste momento eu estava no quarto passando algumas fotos para o computador, até que ela me chamou.
Eu sinceramente não acreditei naquilo que estava sendo perguntado. Seria mesmo eu capaz de obrigar uma criança a fazer 210 ABDOMINAIS???
Então, eu expliquei a ela que estávamos brincando, que não forcei eles a fazerem o exercício.
O Josh apareceu no corredor, e então, eu perguntei na frente da mãe: Josh, eu forcei você a fazer as abdominais? a gente estava brincando, não estava? E ele foi a meu favor, quando apareceu o Aaron e eu fiz as mesmas perguntas. E ele respondeu que não, que não estávamos brincando. Eu quase dei um treco!!! Sabe por quê? Porque foi ele que se convidou a fazer as 70 abdominais, enquanto Josh fazia as supostas 210. Foi ele que me perguntou se podia fazer também! Então perguntei se eu forcei a ele a fazer as 70 abdominais. Ele respondeu que não (aleluia!!!). Perguntei se ele lembrava de ter convidado a si mesmo a entrar na brincadeira e ele disse qua não. Para piorar minha situação, perguntei ao Josh se ele havia escutado a pergunta do irmão. O problema que quando o Aaroon me fez a pergunta, Josh estava fazendo o exercício e contando as abdominais que fazia. Ele, claro, respondeu que não.
Então contei detalhe por detalhe como havia acontecido a brincadeira.
A única coisa que jogava realmente ao meu favor era o fato de que Shawn estava em casa a todo momento no dia, ou seja, enquanto brincávamos o Shawn estava presente. Inclusive, antes mesmo de Aaron se convidar, ele chegou a comentar com o pai que Joshua teria que fazer 210 abdominais por ter errado 3 vezes o mesmo exercício; e a resposta dele foi simplesmente: que bom!
A Jean falou que entendia que era brincadeira, e que os meninos não haviam reclamado, mas apenas comentado como resposta a pergunta do pai do porquê da não leitura obrigatória do dia.
Voltei para meu quarto e continuei a mexer nas fotos, mas aquilo ficou engasgado, como também acho que ficou para ela, pois ela voltou ao meu quarto uns 3 minutos depois.
"Ellen, eu sei que você está chateada..." Foi quando eu a interrompi e respondi: "Jean, eu até entendo que você não confie em mim. Nós nos conhecemos apenas a 4 meses, mas você acha mesmo que eu forçaria a seus filhos a fazerem abdominais com o seu marido em casa???". Confesso que nessa hora eu já estava desabando em choro. Desabando em choro sem melodrama, o que quero dizer aqui é que eu não conseguia evitar as lágrimas rolarem.
Também perguntei a ela, ainda que não fosse por maldade, se ainda assim ela achava que seria capaz de fazer isso estudando pedagogia e dança na faculdade.
A resposta dela? Ela acha que deve ter sido um mal entendido de comunicação devido a minha dificuldade no inglês e que por isso eles poderiam ter interpretado como uma obrigação. Ainda sou obrigada a escutar isso também :(
Enfim, para encerrar o assunto, eu discordei, porque caso contrário o Aaron não teria se convidado para brincar e expliquei o porquê o Josh não havia escutado a pergunta do irmão. Também falei que se eles achassem que era tão sério, eles não teriam pegado pesinhos para continuar se exercitando e ainda depois ter feito uma aposta baseada em outro exercício físico. Ela pediu para que se eu achasse que o Aaron estivesse com mania de mentir, para que eu falasse para ela da próxima vez. Eu repliquei dizendo que ele não estava mentindo, mas apenas contando meia verdade.

Josh entrou no meu quarto, depois que a mãe havia saído, e me abraçando já chorando, me perguntou se eu estava com problemas com a mãe dele. Ele me pediu desculpas, não queria ter me deixado em má situação. Apesar de ter sido por causa da resposta dele a minha confusão, aquele abraço foi a melhor coisa que podia ter acontecido naquele momento. Ver aqueles olhinhos cheio de lágrimas apertou meu coração.

Blá-blá-blá. Eu sei que depois eles saíram para jantar e eu fui fazer minha inscrição para o próximo período no curso de inglês. Descobri que não precisaria pagar 10 dólares para mudar de turno e aproveitei para conversar bastante em inglês com a secretária.
Voltei para casa mais leve.
Quando chegou em casa, eu encontro uma vaquinha do restaurante Chick-fil-A e um papel com um pedido de desculpas pela confusão assinado pelos dois. Depois coloco a foto aqui para vocês verem.
Tentei desabafar com o Rafa, com minha mãe, mas não saíu nada, o jeito foi dormir...

Tá, e como encarar o dia seguinte o Aaron?! Porque sinceramente, eu fiquei magoada com ele. Mas não teve jeito, lá fui eu acordar o Aaron e ajudá-lo a vestir a roupa.
Depois da escola, um frio que só, o Josh me pergunta porque estava de maneira diferente... "Nada, apenas está muito frio."

As crianças foram limpar a varanda que a mãe havia ordenado de manhã, enquanto eu estava preparando uma vitamina para eles. Foi quando o Aaron chega com um punhado de rosas e diz: Ellie, me perdoa por não ter confiado em você ontem.

Ahhhhhhhhhh, não contei, né?! Quando saímos para fazer as compras, o Aaron queria comprar uma caixa de madeira, mas como na realidade não fomos realmente para fazer compras, mas sim, saber o que iria comprar no dia seguinte com o cartão de presente que eles receberam, então ele começou a chorar. Chorava alegando que quando voltasse no dia seguinte já teriam comprado a caixa antes dele. E eu pedindo para ele confiar em mim alegando que ainda que comprassem, a loja teria da mesma caixa no estoque. Enfim, chegamos atrasados por causa disso...

Mas voltando às rosas...não tive como resistir, porque ele se ajoelhou para fazer o pedido. Quando tomei as rosas, ele me deu um abraço super carinhoso.
Claaaaaaaaaaro que eu preferiria um bilhão de vezes que ele me tivesse pedido perdão por ter negado minhas perguntas na frente da mãe dele, mas fazer o quê?
Retornamos à loja e eles decidiram comprar um enfeite de Natal que eu havia gostado muito no dia anterior. Eu não acreditava naquilo, afinal custava 10 dólares dos 50 que eles tinham. Aaron teve que renunciar a bandeira americana que ele queria para comprar meu presente. Eu repliquei dizendo que não era necessário e Josh respondeu que eles queriam comprar o enfeite para mim porque eu era uma "AWSOME Au Pair".
Ok,ok, confesso que saíu um trilhão de fogos de artifício de dentro de mim. Nisso, se achega o Aaron e me dá um abraço confirmando as palavras do irmão.

Tá...e para finalizar este post, quando chego em casa, o chaveiro caíu em cima do meu enfeite quebrando ele em pedacinhos...ARGHHHHHHHHHHHHHHHH! As crianças não viram...


Moral da história: finais felizes só em conto de fadas!!! (brincadeirinha...)

sábado, 25 de outubro de 2008

Aaron e Joshua show

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Au pair sim! Com namorado??? Quem sabe?!

Hoje eu fui andar para me exercitar um pouco e fiquei pensando na questão "namorado" quando a menina quer ser au pair. Oh bichinho difícil! Ou será que somos nós? Afinal, quem quer morar longe do que já é seguro e conhecido por um ano somos nós, não eles...
A verdade é que queremos. E quando queremos...
Bom, vamos pensar juntas (o que não acaba sendo verdade, já que eu estou sozinha escrevendo no blog agora). Um bom começo seria resposta para 5 perguntas básicas:
- Eu o amo?
- Ele me ama?
- O quanto ser au pair é importante para mim?
- Por quê?
- Para quê?

Acho que com essas respostas, você poderia iniciar um diálogo com seu namorado e compartilhar suas razões, da mesma forma que escutaria os motivos dele para não querer que você vá.
A verdade é que é muito difícil. Para ambos. E acredite, mais para você futura au pair. Você estará lidando com a saudade, com o desconhecido, com as dificuldades de uma nova língua, com a adaptação com os hosts e as kids, enfim, enquanto ele estará somente sujeito a saudade sua e às tentações ao redor.
Quando decidi ser au pair, eu já tinha 5 anos de namoro e já éramos noivos. Foi complicado. Ele também não aceitou. Chegamos até a terminar, mas a nossa vivência e a nossa relação já tinham uma consistência fortalecida. Ainda não somos um, mas já éramos uma mistura indissociável de nós dois.
Voltamos e decidimos então conversar.


Pontos que você pode mostrar a ele:

- A experiência que você vai adquirir aqui nos EUA vai ser importante não só para você, mas para ele também. Se vocês pretendem um dia casarem, quando você voltar, vai ter um currículo maravilhoso, possibilitando arranjar um emprego muito melhor do que se você não passasse por aqui. Isso facilitará na construção de uma vida a dois, que todo mundo sabe que não é fácil no começo. É o apê, são os móveis, os eletrodomésticos...

- Se o medo é um perder o outro, então, o que basta é um cuidar do outro. Eu sempre digo que o que está guardado não se perde, contanto que sempre se averigue se ainda está ali, porque senão se esquece da sua presença. Com o amor não é diferente. Tomando o meu exemplo, sempre conversamos pelo skype/msn. É certo que não é todo dia, mas finais de semana sempre dou uma entrada para conversar com ele. Quando não é possível, e isso as vezes acontece, Rafael tem sempre o cuidado de ligar para meu celular pelo skype (procure saber melhor, porque é muito barato).

- Outra dica é o blog. Confesso que além de ser uma ótima recordação que estou fazendo, ele também é uma forma de comunicação entre meu noivo e eu. O assunto não morre porque ele sempre dá uma fuxicada no blog para saber o que está acontecendo. Ótimo, porque se ele me perguntasse o que tem de novo, eu certamente responderia nada (apesar de ser uma vida cheia de novidades, a gente sempre as deixa passar em branco, parece que nada é tão novo assim...). Então, ele sempre comenta comigo o que escrevi e como escrevi. O assunto entre nós não morre, porque apesar de estarmos longe, estamos perto através das palavras.

- Que tal se você enviar cartas, cartões postais?! Isso também alimenta o amor. E é muito bom receber uma demostração de que você está pensando nele em momentos tão importantes para você. Confesso que ainda não enviei cartão postal, mas já tem um a caminho...

- Antes de vir para cá, combinei com meu noivo dele vir me visitar depois de seis meses. É claro que ele trabalha e minha hostfamily aceitou a presença dele aqui, o que facilitou bastante. Então, se você ainda está em processo de busca de família, pergunte se seu namorado pode visitá-la aí. Aproveite e pergunte se você terá oportunidade de fazer horas extras porque então você pode ajudar na compra da passagem aérea dele. Olha, se ele não trabalha, confesso que se você fizer horas extras, poupar seu dinheirinho e antencipar a compra das passagens, então você consegue sim comprar as passagens. Confie em mim.



Se apesar de tudo isso ele disser não, então cabe a você decidir.

Existem muitas meninas que renunciaram para dar continuidade ao namoro, e nem por isso são menos felizes que nós que somos au pairs.
Entretanto, eu, particularmente, penso da seguinte forma: se ele não está disposto a vivênciar e compartilhar algo tão importante comigo, então não estará quando casarmos. Para mim amar é isso: vivermos e compartilharmos juntos, ainda que exista a distância; é estamos unidos ainda que na ausência.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

This innocence is brilliant, I hope that it will stay

"Waking up I see that everything is ok
The first time in my life and now it's so great
Slowing down I look around and I am so amazed
I think about the little things that make life great
I wouldn't change a thing about it
This is the best feeling
This innocence is brilliant, I hope that it will stay
This moment is perfect"

Hoje estou me sentindo assim...como o trecho acima da música Innocence de Avril Lavigne.
Acordei e, apesar de estar chovendo lá fora, não estava frio de manhã.
Céu nublado, chuva fininha...um daqueles dias que você fecha os olhos, respira fundo e reabre os olhos para observar a natureza de uma forma diferente. Assim aconteceu comigo.

Hoje foi dia de mais uma surpresa. Como a Jean "forçou" as crianças a comerem morango com leite e açúcar no café da manhã, eu decidi fazer uma espécie de vitamina (smoothie) para eles. E pronto, mais um pretexto para uma deliciosa surpresa! Eles adoraram. Para falar a verdade, eu não sei o que eles gostam mais: quando falo que tenho surpresa ou da própria surpresa.

O pai chegou a tarde de viagem. Ele ficou a semana inteira fora devido ao trabalho. Assistimos todos juntos ao filme Ratatouille. Muito bacana. Rimos muito. E não parou por aí, depois do filme, o Shawn começou a brincar de luta com Josh e Aaron. Era uma coisa de derruma aqui, vira de cabeça pra baixo ali, caretas lá e cosquinhas acolá. Um momento delicioso. E eu fiquei no chão sentada com Shoulby e Max observando a brincadeira e animando as crianças a enfrentarem o pai. Risada foi o que não faltou.
Então Josh já um pouco mais cansado, chamou-me para ir ajudá-lo a montar o quebra-cabeça. Quando estava me levantando, o Shawn veio e me tentou me virar de cabeça para baixo! Eu não conseguia acreditar naquilo que estava acontecendo. Eu estava envolvida na brincadeira! Em seguida veio Josh me defender. A minha sorte foi que eu agarrei no tornozelo dele de tal forma que ele não pode me virar, pois força ele tinha para tal. Depois de conseguir me safar, me protegi atrás do Josh e fomos montar o quebra-cabeça. Nem chegamos na realidade a montá-lo, porque o Shawn convidou os meninos para brincar ao ar livre. Lá fui eu calçar meu chinelo que ficou na sala em que estavam brincando, quando o Shawn tentou mais uma vez. Ahhhh, mais eu fui mais rápida, e me desvincilhei. Ele até me elogiou dizendo que tenho raciocínio rápido.
Não conseguir brincar lá fora pois, apesar da não chuva, já estava frio de tarde lá fora.
Lá fui eu dobrar as roupas e guardá-las nas respectivas gavetas, quando começaram a brincar de me assustar jogando a bola contra a janela do meu quarto... Ai, ai...

Foi realmente muito bom.

Já de noite fui convidada para jantar com eles no mesmo restaurante que jantamos no dia do aniver da Jean.

E aqui estou eu, feliz.
Sabe, eu tenho observado o quanto as crianças têm me envolvido nas atividades deles. Em tudo eles perguntam se eu posso ir ou se tem ingresso para mim. Sinto-me tão querida. E pode parecer bobeira, mas até com os cachorros. O Max dorme todo dia comigo na minha cama depois que as crianças vão para a escola de manhã. Shoulby que no começo apenas ficava bisbilhotando na minha porta, hoje entra, dorme perto da minha cama e me acompanha como Max para aonde eu for pela casa. Parecem até meus cães de guarda. Ai, como vou sentir falta deles quando for embora!

Em falar em Max e Shoulby, vocês não vão acreditar... Anteontem eu coloquei os dois para fazerem suas necessidades no quintal de trás como sempre faço e aproveitei para me arrumar e levar as minhas kids para a biblioteca quando chegassem da escola, quando voltei, cadê os cachorros??? Quando eu vejo lá embaixo, na rua sem saída, duas coisinhas serelepando. Peguei as coleiras e corri o mais rápido que pude antes que eles mudassem de rota. Quando fui chegando perto, eu percebi que estavam enxarcados (ou encharcados?). Decidiram tomar banho numa lagoazinha que tem por aí. Ahhhhhhhh, estavam todos bobos. Tem gente que não acredita, mas acredite, eles estavam até rindo de felicidade.
Lá fui eu pegar uma toalha e secá-los. Estavam curtindo muito aquilo tudo. Ai, ai, bad dogs...


Diz, tenho do que reclamar? Antes me frustava quando eu não conseguia escolher as roupas das minhas kids para ir à escola, mas nem isso mais.

Sou grata. Eternamente grata ao Senhor pelo seu cuidado comigo aqui. Tudo vem dEle e nem tem como negar. Obrigada, meu Deus.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A Crise Americana

Iria começar me dando os parabéns pelos 4 meses de intercâmbio que completo hoje com a Graça de Deus e falar um pouqquinho da experiência que tive com a Sra. Lua, mas quando vi o recado da Daniella, eu mudei de opinião.

Como a crise está afetando os EUA? Como isso chega para nós?

Bom, essa pergunta é difícil de responder. Eu vou contar o que tenho visto aqui ao meu redor.
As famílias americanas que entram no programa de au pair são famílias que possuem condições econômicas bastante favoráveis, pois o programa já de começo é caro para eles. Só banca quem pode.
Por exemplo minha família, de todas as casas que visitei agora, a minha casa é a mais humilde. Entretanto, eles moram num bairro nobre aqui da Georgia. Se eles tivessem que morar num outro bairro, certamente a casa deles seria maior.
Mas como eu vejo que isso está afetando aqui?
Bom, meus hosts vieram me dizer que perderam dinheiro na bolsa. Uma quantia razoável para eles. Isso poderia acontecer em qualquer situação, pois o mercado de ações é muito instável. Então, não sei se colocaria a culpa na crise, não diretamente.
Vejo que a crise está afetando a vida de muitas pessoas ilegais aqui. Aquelas pessoas que vendem sua força de trabalho por merreca. Elas são as primeiras a serem demetidas no corte de despesas.
Imigrantes legais que têm seu próprio negócio aqui também está sofrendo. Vejo muitos restaurantes mexicanos, por exemplo, fecharem as portas.
Quanto aos americanos, os de baixa renda são os primeiros a serem engolidos pela crise. Vejo em jornais que em algumas cidades tem um estacionamento público que abre tal hora para as pessoas sem-teto estacionarem seus carros e dormirem no porta-malas dos mesmos.

É muito triste mesmo. Entretanto, você que vai ser au pair, não se preocupa pensando que vai sofrer com a crise diretamente. O máximo que te afetará será a família reclamando da alta dos preços ou da perda na bolsa. Ainda assim, eles investem em diversos o dinheiro deles. Mas, dependendo de onde você vá morar, você vai ver sim, muita coisa triste ao seu redor. Isso não tem como evitar.

Bom, nossa esperança é no Senhor. Somente Ele para dar sabedoria ao novo presidente e lhe mostrar o devido caminho a seguir. Vamos orar porque a crise econômica pode não afetar você enquanto estiver aqui, apesar da crise começar a incomodar a classe média, mas afeta seu país e sua família.

Deus abençoe a América.
Deus abençoe o Brasil.
Deus nos abençoe.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Momento especial? As vezes depende só de você para que aconteça...

As coisas simples podem se tornar em coisas maravilhosas, depende de como você as atribui.
Hoje decidi fazer um bolo. Uma decisão difícil e arriscada para quem não tem aptidão para tal. Ok,ok, todo mundo diz que é questão de prática...mas, enfim, lá fui eu.
Confesso logo de foi bolo de caixinha mesmo!!! Mas nem por isso foi mais fácil.
O bolo CRESCEU!!! Nem acredito...risos.
Decidi fazer uma surpresa, aliás, eu vivo fazendo surpresas. Por qualquer motivo eu digo que tenho um. E quer saber?! Minhas kids adoram.
Eles chegaram em casa - a galera toda- e eu fui logo dizendo que tinha uma surpresa. Deven, então, perguntou para quem era a surpresa. Era como se ele disse para si: puxa, coisa boa vindo só para eles... Mas eu respondi que era para todos. Nossa, eles arregalaram os olhos! Micah meio incrédulo até perguntou novamente.
Ficaram super animados!
Mandei todo mundo sentar na mesa de estar e fechar os olhos. Assim foi feito. Ninguém vacilou. Quando abriram os olhos...Foi maravilhoso ver a imagem deles com a boca aberta. Ganhei o dia!
Aproveitei para fazer a perguntinha básica: quem é a melhor au pair deste mundo?! As minhas kids responderam meu nome completo e as demais ficaram no Ellie. Ai, ai como é bom saber a resposta...

Fui convidada pela Jean para ir com eles no Disney on Ice!!! Ai, nem acreditei! E de graça! Poderia ser melhor?! Pois ficou!!! Jean ainda disse que tinha mais um ingresso para convidarmos a Yuko!!! Ahh, meu Deus, obrigada de muitão pela minha hostfamily! Será dia 26/10. Não me deixem esquecer... ;)

Meu curso de inglês já está terminando o período...Vou sentir falta da turma já que estarei mais avançada que eles porque fiz 2 níveis em 2 meses e eles apenas 1 em 2 meses. :( Saudades desde já... Mas também quer dizer que terei oportunidade de fazer novos amigos. :)

Bom, amanhã eu coloco as fotos do bolo.
Beijocas.

E você??? Você é feliz?!

Uma amiga me perguntou se eu era super feliz aqui nos EUA com minha hostfamily. Super feliz??? Eu realmente me surpreendi com o super. Então comecei a pensar sobre felicidade...Conversando com o Shawn um dia desses, ele me disse que o que nos caracteriza como felizes é a constância de momentos alegres que temos, ou seja, se temos muito mais momentos alegres que tristes, então somos felizes.
Respondi a minha amiga que nada é perfeito, que sempre existe algo que incomoda e sempre acontece algo que nos entristece, e comigo não era diferente, mas sim, no final das contas, eu era feliz (e continuo sendo...).

Hoje eu brinquei à beça com Shawn, Jean, Aaron e Joshua - fui feliz...
Semana retrasada viajei com amigas para o Tennessee e tiramos muitas fotos - fui feliz...
Um amigo de classe disse que eu estava muito bonita naquele dia - fui SUPER feliz
Assisti uma dança de hip hop na igreja que frequento aqui - fui feliz
Fizemos uma festa surpresa para uma das professoras de inglês e até dancei forró - fui feliz
Estava com problema com um dos meus dentes e encontrei um dentista brasileiro - fui feliz
Ele só me cobrou U$50,00 - fui SUPER feliz
Minha mãe e Jean finalmente conversaram pelo msn - fui feliz
Recebo a notícia que meu pastor estava super ansioso para falar comigo - fui feliz
Liguei para meu pastor e trocamos figurinhas por um bom tempo - fui SUPER feliz

Entretanto,

Chorei na igreja ao ver o coral de crianças cantando porque bateu saudades - não fui feliz
Fui ao shopping e o atendente me ignorou quando respondi que não entendi sua pergunta - não fui feliz e ainda fiquei com RAIVA
Percebi que não vou ter dinheiro suficiente para continuar esse mês com as aulas de step - não fui feliz
Percebi que comprei duas camisas que eram G depois que tirei a etiqueta - não fui feliz e ainda perdi dinheiro

Enfim, eu chego à conclusão que sou feliz.

Novas-novas:
Shawn me contou ontem que a família de missionários que estão morando aqui devem se mudar até final deste mês! Infelizmente eles ainda não venderam a casa deles no norte dos EUA, mas a igreja ofereceu alugar um casa para eles enquanto a venda não se concretiza. Se eu estou feliz por isso?! Sim, porque a casa vai ficar mais arrumadiha e será mais fácil mantê-la limpa.
Estou programando de viajar no próximo final de semana para Savannah. É aqui mesmo na Geórgia, mas no sul, enquanto eu moro mais para o norte. Vai ser uma longa viagem de carro e eu que vou dirigindo... Iremos Yuko, talvez Juliana e Carol (amiga da Juli) e euzinha... Vamos ficar hospedados num hostel e curti a cidadezinha histórica. Já deu para notar que vai ser aventura, né?! E vai mesmo!

As dez mais de Chattanooga/Tennessee:













Tem dez aí?! Perdi-me na conta...
Beijocas

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Oportunidade de ser criança

Estou muito feliz. Feliz de verdade.
Obrigada, Senhor, por Aaron e Josh na minha vida. Ou será eu na vida deles?! Não importa! A verdade é que somos felizes juntos.
Nunca fui tão palhaça, boba e, por que não dizer criança, na minha vida. E isso tudo é maravilhoso.
Ontem as crianças chegaram da escola e o que aconteceu?! Brincamos de rolar na grama. Aaron, Josh e eu. Max as vezes vinha xeretar. Um tentando agarrar o outro. Um batendo na "poupança" do outro. É pé pra cá, tênis pra lá, mocila acolá e eu no meio disso tudo tentando sobreviver. Risos.
Depois de um bom tempo entramos. Nada de paz! Continuaram a correr pela casa. E lá fui eu... Até entrarmos no quarto. Ai, meu Deus, que lugar perigoso! Travesseiro pra lá, roupa para cá, brinquedo acolá e eu novamente tentando sobreviver. Quem venceu? A criança dentro de mim. Ai, já viu, né?! O quarto se transformou num mundo de sorrisos, gargalhadas, travesseiradas, rasteiras, cosquinhas, modiscadas, historinhas e outros. Até que eu olho da janela: vem vindo o Shawn.
- Stopppppppppppppppp! Shawn is at home! Lets clean up!!!!

Hahahaha, tenho que rir mesmo porque foi engraçado. Aquela correria. Ainda bem que foi fácil achar minha razão no meio daquela bagunça.
E Shawn vindo...
Quando Shawn entrou em casa, pois ele fora conferir a caixa de correspondências antes, as crianças estavam sentadas na mesinha fazendo dever de casa. Parece até mágica, né?! Risos
Mais tarde ainda brincamos de baseball. Minha primeira vez...e como toda a primeira vez, nós sempre pagamos um mico - ok, digamos que apenas eu pago mico nas minhas primeiras vezes...
Joga, rebate, agarra... foi basicamente isso, se não fosse pelo fato de eu ser péssima em rebater a bola. Eu até que fui bem agarrando, e no começo rebatendo a bola também, até eu escutar Aaron comentar com o Deven ( uma das crianças que está morando aqui): - Deven, she is good. Look!
Para que eu fui escutar isso?! Não conseguia acertar uma bola antes da sexta ou sétima tentativa. Eu chegava a rodopiar tentando arremessar a bola. Motivo para eles se acabarem de rir, né?! Sabe do que mais?! Foi divertido! Foi bom vê-los rindo de mim e eu acabar rindo deles.

Hoje de manhã a Arielle perguntou-me se eu serei com meus filhos da mesma forma que sou com Aaron e Josh. Minha resposta foi simples e curta: Sure!!! Mas a verdade que nem eu mesma me reconheço. Nunca me imaginaria assim, tão criança. Eu sempre fui tão séria, tão centrada... mas estou tendo oportunidade de ser mais criança do que um dia eu fui. Obrigada, meu Senhor.

Também tivemos bons momentos no aniver da Jean. Ela adorou a surpresa. As crianças estavam tão ansiosas para entregar o presente. Um dia antes, eu fiz um envelope enorme e colocamos um monte de cartinhas e desenhos juntamente com a foto. Também enchi a caixa de flores com balas de morango.
No dia seguinte, no aniver dela, as crianças desceram para a cozinha, tomaram café da manhã rapidamente e esperaram a mãe descer. E eu com a máquina fotográfica. A expressão dela foi realmente de satisfeita com o resultado da au pair aqui.
Mais tarde fomos jantar juntos num restaurante bacana. Foi então que dei um livro cristão de devoção diária a ela. Ela gostou também. Inclusive conhecia umma das pessoas que trabalhava com a autora do livro. Ponto para mim!!!

No sábado, lá fui eu assistir minhas kids jogarem futebol. E fizeram bonito. 9x2!
Foi bacana, ainda mais porque o juiz ficou lançando olhares para mim... E que olhos lindos! Verdinhos... Aos interessados: relaxa, ele devia ter seus 16 anos. Sem chance alguma, né?! Fala sério! hahahaha

Domingo, eu fui ao festival japonês!!! Muito bacana. Fomos Juliana, Yuko e eu. Como é rica a cultura japonesa! Totalmente diferente do que estamos acostumados a ver. Se tiver oportunidade, não perca a chance de aprender mais um pouquinho.
Nós tiramos fotos e fotos. Quando chegamos aqui em casa, a Jean percebeu que estavamos com fome e ofereceu um banquete a nós. Até o macarrão preferido do Shawn entrou no meio!
Foi uma agitação. Estavam todos na cozinha. Todo mundo conversando com todo mundo. Muito legal.
E para finalizar o nosso domingo, nós fomos ao curso de inglês.