segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Apenas uma troca entre trabalho e dinheiro

Vou começar a postagem respondendo as perguntas, já que é a única certeza que será algo bom que escreverei.

Sobre enviar dinheiro ao Brasil, eu não posso informar muito, pois eu nunca enviei. Ontem, conversando com uma amiga, que está começando o segundo ano nos EUA, descobri que vale mais a pena enviar o dinheiro por aqui para o Brasil que chegar no Brasil com os dólares e trocar por reais, segundo ela, você paga uma taxa de 5 dólares e ainda tem um desconto baseado na cotação do dolar do dia. Entretanto, segundo ela, ainda assim vale mais a pena porque quando você vende os dólares no Brasil, afinal não será uma troca que fará com o banco ou casa de câmbio, o valor é muito mais baixo.
Eu ainda não enviei, mas fiquei bastante interessada. Depois eu conto com mais detalhes o que foi necessário e como funciona.

O valor que eu cobro por babyssiting é de 10 dólares a hora. Isso se for uma criança ou duas bem tranquilas, mas se forem 2 ou 3, eu cobro 13 dólares. O valor varia entre 10 a 15 dólares por horas, mas 10 dólares é o preço geral mais usado.

Ai, deixa eu começar o meu drama, por isso se preparem porque será um momento de desabafo e não de uma conversa entre escritor e leitor.

Esses dias foram bem brabos. Um aperto no coração. Senti-me tão sozinha, tão isolada. Senti tanta a falta do meu noivo. Esperava um simples e-mail dele perguntando como eu estava, se eu estava bem...nada. Nem sinal dele que pensava em mim, nem sinal dele de que me amava...
Saudade da minha mãe...o coração até doía. Liguei para ela milhares de vezes em tão pouco tempo. Ela sem dúvidas percebeu. 'Tá com saudade da mamãe, não é, filha?" Mas essa pergunta sempre vinha em seguida de outra: "Você quer voltar?" E a resposta era sempre não, anulando o sim da primeira pergunta.
Sem vontade de sair, com pouca vontade de trabalhar.

Hoje aconteceu uma coisa muito chata. Começou ontem para falar a verdade. Shawn enviou-me um e-mail informando que as aulas de piano do Josh haviam mudado e acrescentou que as crianças tinham permissão para ler no carro enquanto eu dirijia.
Fiquei muito frustrada porque eu nunca deixo as crianças lerem no carro com a preocupação de afetar a saúde visual das crianças e pela falta de atenção adequada ã leitura obrigatória escolar.
Respondi o e-mail de noite dizendo que não poderia fazer isso por causa de 3 razões:
- a saúde visual e a falta de atenção adequada
- por eu ter estudado isso na facul e acreditar nestes fatores, então iria contra meus princípios profissionais
- pertubaria-me ver as crianças lendo no carro, o que seria inseguro para nós já que estaria eu dirigindo o carro.

Ele simplesmente respondeu que as crianças silenciosamente ( e aí eu não entendi porque o barulho viria de fora do carro) e que ele esperasse que isso fosse feito.

Nossa, eu realmente "pirei" porque ele não levou nada em consideração. Ele nem sequer perguntou ou deu uma outra hipótese.
Confesso que pensei em rematch. Não por causa disso, mas por causa de tantas outras pequenas coisas que acontecem. Talvez quem lê isso pergunte o que que acontece, já que eu escrevo sempre coisas muito boas...deixa estar...
Orei e pedi sabedoria, porque, sinceramente, eu me senti como muitos que esquecem seus princípios, seus ideais... me sentia contra algo, que apesar de tão pequeno e insignificante, eu era contra.
Deus só me fez lembrar de uma passagem: A mulher sábia edifica sua casa.
Foi quando respondi de volta durante a manhã de hoje que eles eram os pais e, por isso, sabiam o que era o melhor para os filhos deles (isso porque o e-mail ía e vinha com cópia para a Jean). Disse também que eles eram responsáveis perante Deus e a Lei sobre os filhos deles e que isso eu jamais iria ser contra. Em observação para o Shawn, eu escrevi que se era isso que ele esperava que fosse feito, então isso que seria feito. E assinei.
Imagina o clima, né?! Sei lá, eu ainda não sei porque o Shawn está viajando e a Jean, ela só "falaria" comigo na presença do Shawn. E este último volta quinta-feira.

Sábado, a Yuko veio aqui e trouxe uma pizza congelada. Como eu precisava compras algumas coisas básicas, decidimos ir ao supermercado. Quando voltamos, tinha um recado do Josh dizendo que a pizza deveria ser posta no congelador de novo e só fazê-la quando congelada novamente. Nós não fizemos isso, até porque a coitada da Yuko estava morrendo de fome. O Shawn, que viu mais tarde que a pizza estava cozinhando, disse que não deveríamos ter feito isso porque poderíamos ficar doentes. Ainda chegou a me perguntar se no Brasil existia pizza semi pronta congelada para se colocar no forno. Eu nem acreditei quando ouvi. Mas enfim, ficou nisso. Ficou nisso da parte dele, porque a Jean me chega hoje de noite quando eu estava jantando e diz que não se importava quanto a mim, mas que para os filhos dela, que eu não fizesse aquilo. Eu fiquei muito chateada, apesar de tentar não demonstrar, isso porque o tom dela veio como se tivesse me chamando de irresponsável. A pizza não estava totalmente congelada, mas estava perfeitamente boa para ir ao forno, até porque não demoramos no supermercado.

Confesso, e confesso de coração, se teve um dia que eu desejei fazer rematch e que os 5 meses passassem voando, esse dia foi hoje. Nunca desejei tanto voltar para o Brasil.
Descobri que o intercambio de culturas só serve para nós au pair, porque o único intercâmbio que há entre os pais (porque com as crianças, essas sim são interessadas em trocas, em aprendizados sobre nossa cultura) e nós é o de trabalho-dinheiro.
Não estou sendo teimosa ao dizer que ainda assim, isso tudo aqui ainda vale a pena. parece loucura, mas é verdade, é um tremendo de um aprendizado para todas as áreas de nossa vida. Contudo, não é fácil. É extremante difícil. Você tem que superar a saudade, o inglês, a cultura, os maus imprevistos e ainda a si mesmo.

Liguei para o Rafa. Tive que desabafar com ele. Ele me animou. O dia não foi tão mau depois que eu espantei os pensamentos e sentimentos ruins da minha cabeça. Brinquei com as crianças. Escutei o Aaron falando "ufa!" diversas vezes e o Josh usando a expressão "golaço!". Sem querem eu disse: Uhhh, defesa! - E Aaron me perguntou o que significava. Isso tudo deu ânimo ao meu dia.
Agora me sinto um tanto insegura. Não sei o que deve acontecer pela frente.

Tentei revisar o meu texto, mas nem consegui...cheguei no comecinho do drama e parei para não ter que "engolir" tudo de novo.

Um abraço a todos. E não desistam porque cada um escreve a sua história.

2 comentários:

Marina Fernanda disse...

Nossa Elen... que barra hein.

Mas vou te dar um conselho.. Seja só Au pair não seja Mãe das crianças.
Faça o que eles mandarem não são seus filhos mesmo.. pensa assim que tudo fica bem!!!

:)

bjo

Anônimo disse...

Ellen, vc ta bem???

Estou com saudades dos seus posts....

Bjinhuuuss...

Dani - Anonima